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Lanadelumabe para profilaxia de longo prazo em pacientes com angioedema hereditário / Lanadelumab for long-term prophylaxis in patients with hereditary angioedema
Brasília; CONITEC; jun. 2021.
Non-conventional in Portuguese | BRISA/RedTESA, BRISA/RedTESA | ID: biblio-1292687
Responsible library: BR1.1
RESUMO

CONTEXTO:

O angioedema hereditária (AEH) é uma doença genética, autossômica hereditária, que apresenta edema súbito e pronunciado da subderme ou das membranas mucosas, localizado, não inflamatório, assimétrico, desfigurante e autolimitado, decorrente da vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Considerada uma doença rara com prevalência de 150.000 habitantes. O tratamento profilático de longo prazo, disponível no SUS, é o uso do danazol, mas devido aos efeitos colaterais e a ineficácia, 30%, em parte dos pacientes, um tratamento adicional é necessário. TECNOLOGIA lanadelumabe (Takhzyro®). PERGUNTA A terapia com lanadelumabe é eficaz/efetiva e segura no tratamento profilático de pacientes com 12 anos de idade ou mais com angioedema hereditário após a falha com o uso do danazol? EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS Foi encontrado um ensaio clínico randomizado, com alta qualidade metodológica, e mostrou que o uso do lanadelumabe diminuiu, significativamente, o número de ataques leves, moderados e graves, sendo em média de 1,97 ataques por mês (IC95% 1,64 a 2,36) para 0,14 a 0,77 ataques por mês dependendo da posologia. Os efeitos adversos foram frequentes, >90% dos pacientes, mas foram leve/moderados. Não houve eventos adversos graves ou morte nos estudos analisados. AVALIAÇÃO ECONÔMICA Foi realizado uma análise de custo-utilidade (ACU), comparando o lanadelumabe com cuidado padrão (acompanhamento) com uma RCEI de R$ 5.129.661,00 por QALY. Dentre as limitações mais importantes está a descrição da metodologia utilizada para a ACU apresentada e o pressuposto dos dados de eficácia de populações com chance de resposta diferente ao proposto para a incorporação. AVALIAÇÃO DE IMPACTO ORÇAMENTÁRIO A avaliação do impacto orçamentário (AIO) foi apresentada um cenário base e mais dois cenários alternativos com difusão da tecnologia de forma mais rápida e mais lenta. Os valores da AIO variaram de R$205.653.639,50 até R$ 268.277.004,50, sendo a variação o resultado de mais ou menos pacientes fazendo uso da tecnologia a cada ano da projeção. MONITORAMENTO DO HORIZONTE TECNOLÓGICO Após busca estruturada nas bases ClinicalTrials.gov e Cortellis foram detectados 3 tecnologias potenciais para indicação terapêutica em questão garadacimab (CSL312) com administração via subcutânea, em fase 3 de estudo, vertralstat (BCX7353) com administração via oral, também em fase 3 de estudo e IONISPKK-LRx com administração subcutânea, em fase 2 de estudo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A evidência do uso do lanadelumabe para profilaxia de longo prazo em pacientes com angioedema hereditário, mostra eficácia significativa na diminuição de qualquer evento de angioedema. Os resultados são baseados em um único ensaio clínico randomizado, que tem alta qualidade metodológica, mas um pequeno tamanho de amostra e de curto seguimento, 26 semanas. No entanto, o ensaio clínico teve uma fase de extensão, aberta, incluindo todos os pacientes do ensaio clínico e uma coorte nova para uso do lanadelumabe por período mais longo, mostrando o uso por período mais longo e com efeitos adversos com perfil aceitável. A análise de custo-utilidade mostrou que a tecnologia não é custo-efetiva, com valor incremental muito elevado, e mesmo utilizando dados de eficácia com desfecho para diminuição de qualquer evento de angioedema, o custo do medicamento é elevado, no qual é possível observar o valor calculado do impacto orçamentário para o tratamento de um número pequeno de pacientes. RECOMENDAÇÃO PRELIMINAR Considerou-se que após apreciação inicial do parecer técnico-científico, as evidências mostram que a tecnologia tem perfil de segurança, mas o benefício de melhora para qualquer evento não ficou entendido que é um desfecho relevante, que justifique a quantidade de recursos dispensada para esta tecnologia. Notavelmente, o modelo econômico apresentado pelo demandante reflete a relação do custo-efetividade da tecnologia. Assim, a Conitec em 08/04/2021, recomendou a não incorporação no SUS do lanadelumabe para profilaxia de longo prazo em pacientes com angioedema hereditário com 12 anos de idade ou mais, que falharam ao uso da profilaxia de longo prazo disponível no SUS. CONSULTA PÚBLICA O relatório de recomendação inicial da Conitec foi disponibilizado para contribuições por meio da consulta pública nº 33 entre os dias 11/5/2021 e 31/5/2021. Foram recebidas 119 contribuições, sendo 25 contribuições de cunho técnico-científico e 94 contribuições de experiência pessoal ou opinião, que podem ser resumidas em 4 pontos medo da crise/Angustia/Óbito, qualidade de vida, poucas opções de tratamento e efeitos colaterais do uso do danazol. As contribuições técnico-científica adicionaram informação de subgrupos de pacientes, relacionado a uso prévio de profilaxia de longo prazo ao experimento com lanadelumabe, além de nova proposta do valor de venda da tecnologia ao SUS. RECOMENDAÇÃO FINAL DA CONITEC Os membros da Conitec presentes na 98ª Reunião Ordinária, no dia 09/06/2021, deliberaram, por unanimidade, recomendar a não incorporação do lanadelumabe para o tratamento profilático de longo prazo do angioedema hereditário em pacientes com 12 anos ou mais. Os membros da CONITEC consideraram que a adição de evidências de subgrupos de pacientes que experimentaram diferentes tratamentos profiláticos antes de serem submetidos ao uso de lanadelumabe não adiciona informação para a discussão de desfechos clinicamente relevantes, e mesmo com a nova proposta de redução de preço do frasco do lanadelumabe, o custo do tratamento em relação a eficácia alcançada mostrou-se com uma razão de custo-utilidade incremental expressiva, aquém das possibilidades de ser uma tecnologia eficiente para o SUS. Assim, foi assinado o Registro de Deliberação nº 628/2021. DECISÃO Não incorporar o lanadelumabe para profilaxia de longo prazo em pacientes com angioedema hereditário, no âmbito do Sistema Único de Saúde ­ SUS, conforme a Portaria nº 44, publicada no Diário Oficial da União nº 129, seção 1, página 81, em 12 de julho de 2021.
Subject(s)
Full text: Available Collection: Tematic databases Health context: 6_ODS3_enfermedades_notrasmisibles Health subject: 6_cardiovascular_diseases / 6_skin_diseases Database: BRISA/RedTESA Main topic: Angioedemas, Hereditary / Antibodies, Monoclonal, Humanized Type of study: Controlled clinical trial / Evaluation study / Practice guideline / Health technology assessment / Prognostic study / Qualitative research / Risk factors Aspects: Patient-preference Demographic groups: Humans Country/Region as subject: South America / Brazil Language: Portuguese Institution: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (Brasil) Year: 2021 Document type: Non-conventional

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Full text: Available Collection: Tematic databases Health context: 6_ODS3_enfermedades_notrasmisibles Health subject: 6_cardiovascular_diseases / 6_skin_diseases Database: BRISA/RedTESA Main topic: Angioedemas, Hereditary / Antibodies, Monoclonal, Humanized Type of study: Controlled clinical trial / Evaluation study / Practice guideline / Health technology assessment / Prognostic study / Qualitative research / Risk factors Aspects: Patient-preference Demographic groups: Humans Country/Region as subject: South America / Brazil Language: Portuguese Institution: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (Brasil) Year: 2021 Document type: Non-conventional