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Rifapentina + isoniazida para o tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium Tuberculosis (ILTB) / Rifapentin + isoniazid for the treatment of Latent Mycobacterium Tuberculosis Infection (ILTB)
Brasília; CONITEC; jun. 2020.
Non-conventional in Portuguese | BRISA/RedTESA, BRISA/RedTESA | ID: biblio-1121773
Responsible library: BR1.1
RESUMO

INTRODUÇÃO:

A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que acomete prioritariamente os pulmões, e que é influenciada por fatores demográficos, sociais e econômicos. Na ILTB, os indivíduos podem permanecer sem desenvolver a doença ativa por longos períodos, podendo sofrer a ativação da TB durante a vida em situações de comprometimento do seu sistema imunológico. O tratamento da ILTB com isoniazida disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado com a ingestão diária e auto administrada de comprimidos durante longos períodos, dificultando a adesão e conclusão do tratamento. A associação de rifapentina com isoniazida por três meses, administrada semanalmente por terapia diretamente observada, conhecida como esquema 3HP, tem sido colocada como alternativa terapêutica aos tratamentos de longa duração com isoniazida por oferecer vantagens posológicas. O presente documento relata a avaliação do esquema 3HP em comparação ao tratamento com isoniazida disponível pelo SUS para tratamento da ILTB, atendendo a demanda da SVS/MS pela Nota Técnica Nº 14/2019-CGPNCT/DEVIT/SVS/MS. PERGUNTA O esquema terapêutico isoniazida + rifapentina, durante 3 meses (3HP), é eficaz, seguro e custo-efetivo, quando comparado ao esquema de isoniazida durante 9 meses (9H), para o tratamento de pessoas com Infecção Latente pelo Mycobacterium Tuberculosis (ILTB)? TECNOLOGIA Rifapentina associada à isoniazida (esquema 3HP). EVIDÊNCIAS CLÍNICAS Foram recuperadas 7 publicações, sendo dois ensaios clínicos randomizados (ECR) e cinco estudos observacionais. Os estudos apontam para resultados estatisticamente significantes favorecendo o esquema 3HP em comparação ao esquema 9H para o desfecho de conclusão de tratamento (OR = 2,92; IC95% = 2,07 - 4,12; I2 = 57%; p = 0,03). Para o desfecho de ativação da tuberculose os resultados dos estudos mostraram-se a favor do 3HP porém sem significância estatística (RR = 0,47; IC 95% = 0,2-1,12; p = 0,09). No desfecho de descontinuação por eventos adversos, os sintomas semelhantes aos da gripe foram a causa mais comum nos indivíduos que receberam 3HP, enquanto a hepatotoxicidade foi o evento adverso mais comum para o regime 9H. Os resultados dos estudos indicam taxas de hepatotoxicidade clinicamente relevante (Grau 3 e 4) em pacientes que receberam o regime de 3HP variando de 0% a 1,5%, enquanto as taxas em pacientes que recebem o regime das 9H são mais altas, variando de 1,2% a 5,3%. AVALIAÇÃO ECONÔMICA O regime terapêutico 3HP foi um pouco menos custoso que o regime com 9H e teve melhor eficácia, sendo, portanto, mais custo-efetivo. Em comparação com a terapia 3HP, o 9H apresentou uma razão de custoefetividade incremental (RCEI) de R$ 1.661,93 por QALY, portanto, estima-se que a introdução da terapia com 3HP no Sistema Único de Saúde pode gerar uma economia de recursos financeiros por QALY. ANÁLISE DE IMPACTO ORÇAMENTÁRIO Foi elaborado modelo de impacto orçamentário para estimar os gastos decorrentes da incorporação da 3HP no SUS em um horizonte temporal de cinco anos (2020 a 2024). No primeiro cenário, a incorporação do 3HP geraria um impacto orçamentário incremental de aproximadamente R$ 1 milhão em 2020 e R$ 7,6 milhões acumulado em cinco anos em relação ao cenário base. No cenário com desconto global da rifapentina, a incorporação do 3HP geraria um impacto orçamentário incremental de aproximadamente R$ 40 mil em 2020 e R$ 292 mil acumulado nos cinco anos. MONITORAMENTO DO HORIZONTE TECNOLÓGICO A busca apontou não haver outros medicamentos em fase de desenvolvimento clínico (estudos clínicos de fase 3 ou 4) para o tratamento da tuberculose latente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerou-se que o uso de 3HP alcança uma maior taxa de conclusão no tratamento de indivíduos com ILTB e mostra-se uma alternativa segura quando comparada ao tratamento disponível no SUS. Além disso, a incorporação de 3HP indica ser viável, ao se mostrar custo-efetiva e com baixo impacto orçamentário incremental, e sem importantes limitações quanto à implementação e aceitabilidade. Monitoramento do Horizonte Tecnológico A busca apontou não haver outros medicamentos em fase de desenvolvimento clínico (estudos clínicos de fase 3 ou 4) para o tratamento da tuberculose latente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerou-se que o uso de 3HP alcança uma maior taxa de conclusão no tratamento de indivíduos com ILTB e mostra-se uma alternativa segura quando comparada ao tratamento disponível no SUS. Além disso, a incorporação de 3HP indica ser viável, ao se mostrar custo-efetiva e com baixo impacto orçamentário incremental, e sem importantes limitações quanto à implementação e aceitabilidade. CONSULTA PÚBLICA A Consulta Pública nº 14/2020 ocorreu entre os dias 26/03/2020 e 14/04/2020. Foram recebidas 655 contribuições, sendo 20 de cunho técnico-científico e 635 de experiência ou opinião. Todas as contribuições de cunho técnico-científico concordaram com a recomendação preliminar da Conitec e, das contribuições de experiência e opinião, 99,7% (n = 633) concordaram e 0,3% (n = 2) não concordavam e não discordaram. Não houve nenhuma contribuição que discordou da recomendação inicial. Os temas mais citados nas contribuições em relação à incorporação foram a facilidade para a adesão, menor tempo de tratamento, posologia semanal e redução de eventos adversos. Após apreciação das contribuições na 87ª, o plenário da Conitec entendeu que houve grande concordância e nenhuma argumentação para alterar a recomendação preliminar. RECOMENDAÇÃO FINAL DA CONITEC Os membros da Conitec presentes na 87ª reunião ordinária, no dia 03 de junho de 2020, deliberaram, por unanimidade, por recomendar a incorporação no Sistema Único de Saúde da rifapentina, a ser utilizada em conjunto com isoniazida no esquema 3HP, para tratamento de indivíduos com infecção latente pelo Mycobacterium Tuberculosis (ILTB). Foi assinado o Registro de Deliberação nº 518/2020. DECISÃO incorporar a rifapentina + isoniazida para o tratamento da infecção latente pelo Micobacterium tuberculosis (ILTB), no âmbito do Sistema Único de Saúde ­ SUS, conforme a Portaria nº 19, publicada no Diário Oficial da União nº 112, seção 1, página 143, em 15 de junho de 2020.
Subject(s)
Full text: Available Collection: Tematic databases Health context: SDG3 - Health and Well-Being / Neglected Diseases Health subject: Target 3.3: End transmission of communicable diseases / Neglected Diseases / Tuberculosis Database: BRISA/RedTESA Main topic: Latent Tuberculosis / Isoniazid / Mycobacterium tuberculosis Type of study: Controlled clinical trial / Evaluation study / Practice guideline / Health technology assessment / Observational study / Prognostic study Demographic groups: Humans Country/Region as subject: South America / Brazil Language: Portuguese Institution: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (Brasil) Year: 2020 Document type: Non-conventional

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