Autocontrole da hipertensão arterial sistêmica em pessoas adultas e idosas
    Self-control of systemic arterial hypertension in adults and elderly people

    Ano de publicação: 2021

    O problema:

    A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial e crônica de alta prevalência no Brasil. O autocontrole surge como um estratégia de autocuidado que impacta na continuidade do tratamento de forma satisfatória além de trazer resultados na saúde e bem-estar do indivíduo. Esta síntese rápida de evidências tem como propósito elencar estratégias para aumentar o autocontrole de pacientes com hipertensão arterial.

    Opções para enfrentar o problema:

    A busca nas bases de dados resultou em 853 referências, sendo selecionadas 16 revisões sistemáticas (RS) para compor esta síntese narrativa. Na avaliação da qualidade metodológica (AMSTAR 2), uma revisão foi classificada como de confiança baixa e 15 de confiança criticamente baixa. Duas opções para abordar o problema foram sintetizadas, agrupando-se as estratégias conforme a similaridade de ações realizadas. Opção 1.

    Participação em programas de autogerenciamento:

    Os efeitos de programas de autogerenciamento da HAS foram avaliados em cinco RS. As estratégias utilizadas variaram entre programas de autogerenciamento de doenças crônicas, programas de educação, estratégias de aprendizagem para aumentar a autoeficácia e acompanhamento de profissionais de saúde para intervenções personalizadas. Todas as revisões trouxeram resultados significativos para a redução da pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica e três RS apresentaram resultados mais moderados, compreendendo incertezas quanto à sua efetividade com relação a grupos com aconselhamento, intervenções personalizadas com profissionais de saúde e sobre o programa de autogerenciamento de doenças crônicas. Opção 2.

    Uso de dispositivos digitais para o automonitoramento e autogerenciamento:

    Onze RS avaliaram o uso de dispositivos digitais no automonitoramento da pressão arterial. Resultados positivos foram observados nas estratégias de telefone celular inteligente (smartphone), sites eletrônicos, telefone e assistente digital pessoal, telemonitoramento e educação por telefone, telemedicina e dispositivo de modem automatizado, sistema de telegestão, telemonitoramento e aplicativos eletrônicos de saúde, com ou sem envolvimento dos provedores de saúde. Contudo, houve incertezas quanto ao benefício das estratégias de tecnologias móveis, telemonitoramento, e-mail e mensagens de texto. Houve relato de um evento adverso, depressão, com o uso de sistema de telegestão e telemonitoramento.

    Considerações finais:

    Esta síntese rápida de evidências apresentou intervenções relativas a programas de autogerenciamento e dispositivos digitais que apresentaram resultados a respeito do autocuidado em adultos e idosos hipertensos. Apesar dos resultados positivos encontrados nas intervenções, houve algumas incertezas quanto aos benefícios das ações que devem ser levadas em consideração. Cabe ressaltar que houve algumas limitações metodológicas das revisões sistemáticas que devem ser consideradas. Essa síntese rápida não envolveu considerações de implementação e implicações relativas à equidade quanto a cada uma das opções. As estratégias apresentadas nas opções podem ser implementadas de forma única ou combinada, de acordo com os contextos locais.
    This rapid synthesis of evidence was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, under the project GEREB-010-FIO-20 and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection.

    The problem:

    Systemic arterial hypertension (SAH) is a multifactorial and chronic clinical condition with high prevalence in Brazil. Self-control emerges as a self-care strategy that impacts the continuity of treatment in a satisfactory way, in addition to bringing results in the health and well-being of the individual. This rapid synthesis of evidence aims to list strategies to increase self-control in patients with arterial hypertension.

    Options to face the problem:

    The search in the databases resulted in 853 references, being selected 16 systematic reviews (SR) to compose this narrative synthesis. In the methodological quality assessment (AMSTAR 2), one review was rated as low confidence and 15 as critically low confidence. Two options to address the problem were synthesized, grouping the strategies according to the similarity of actions taken. Option 1. Participation in self-management programs: The effects of HAS self-management programs were evaluated in five SRs. The strategies used ranged from programs for self-management of chronic diseases, education programs, learning strategies to increase self-efficacy and follow-up of health professionals for personalized interventions. All reviews brought significant results for the reduction of systolic blood pressure and diastolic blood pressure and three SRs showed more moderate results, comprising uncertainties regarding their effectiveness in relation to groups with counseling, personalized interventions with health professionals and about the self-management program. of chronic diseases. Option 2. Use of digital devices for self-monitoring and self-management: Eleven SRs evaluated the use of digital devices for self-monitoring of blood pressure. Positive results were observed in the strategies of smart cell phone (smartphone), electronic websites, telephone and personal digital assistant, telemonitoring and telephone education, telemedicine and automated modem device, telemanagement system, telemonitoring and electronic health applications, with or without health provider involvement. However, there were uncertainties regarding the benefit of mobile technologies, telemonitoring, email and text messaging strategies. There was a report of an adverse event, depression, with the use of a telemanagement and telemonitoring system.

    Final considerations:

    This rapid synthesis of evidence presented interventions related to self-management programs and digital devices that presented results regarding self-care in hypertensive adults and elderly. Despite the positive results found in the interventions, there were some uncertainties regarding the benefits of the actions that should be taken into account. It should be noted that there were some methodological limitations of systematic reviews that should be considered. This quick summary did not involve implementation considerations and equity implications for each of the options. The strategies presented in the options can be implemented singly or in combination, according to local contexts.

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