Consumo de alimentos ultraprocessados e risco de sobrepeso e obesidade
    Consumption of ultra-processed foods and risk of overweight and obesity

    Ano de publicação: 2021

    Esta revisão rápida foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". O crescente consumo de alimentos ultraprocessados pela população brasileira em detrimento dos alimentos in natura ou minimamente processados cria necessidade de maior compreensão das problemáticas envolvidas no risco de doenças e na qualidade de vida. O aumento da obesidade na população, que tem como um dos seus principais determinantes a alimentação não saudável, é fator de risco para outras doenças crônicas não transmissíveis. Esta revisão rápida explora a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e a ocorrência de sobrepeso e obesidade.

    Pergunta:

    O consumo de alimentos ultraprocessados aumenta o risco de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade na população em geral? Métodos: Seguindo protocolo prévio, oito bases da literatura eletrônica foram buscadas em março de 2021 para identificar estudos sobre a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento do sobrepeso e da obesidade. Utilizando atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, foram realizadas seleção dos estudos e extração dos dados. A seleção das categorias alimentícias incluídas nesta revisão respeitou os critérios estabelecidos pela classificação NOVA. As revisões sistemáticas incluídas foram avaliadas quanto à qualidade metodológica por meio da ferramenta AMSTAR 2. Em seguida, os resultados foram reunidos em síntese narrativa.

    Resultados:

    As buscas recuperaram 367 referências únicas, que após seleção resultaram na inclusão de 6 revisões sistemáticas que foram consideradas de confiança baixa e criticamente baixa. Destacam-se estudos realizados no Brasil, presentes em todas as revisões sistemáticas incluídas. Todas as revisões indicaram que o consumo de ultraprocessados esteve associado com o desenvolvimento de obesidade e sobrepeso.

    Considerações finais:

    A síntese dos resultados sugere que o consumo de ultraprocessados está associado ao desenvolvimento de sobrepeso ou obesidade em todas as faixas etárias. Observa-se um corpo de conhecimento consistente que aponta uma relação direta entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o desenvolvimento de obesidade. No entanto, há que se considerar que as evidências são provenientes de revisões que incluíram estudos primários de delineamento observacional (estudos transversais e de coorte). Para novos estudos, é necessário realizar delineamentos que possam contribuir para consolidar a relação de causalidade sugerida entre esses alimentos e a obesidade.
    This rapid review was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, within the scope of the GEREB-010-FIO-20 project and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection. The growing consumption of ultra-processed foods by the Brazilian population to the detriment of in natura or minimally processed foods creates a need for greater understanding of the issues involved in the risk of diseases and quality of life. The increase in obesity in the population, which has unhealthy diet as one of its main determinants, is a risk factor for other chronic non-communicable diseases. This rapid review explores the relationship between the consumption of ultra-processed foods and the occurrence of overweight and obesity.

    Question:

    Does consumption of ultra-processed foods increase the risk of developing overweight and obesity in the general population? Methods: Following a previous protocol, eight databases from the electronic literature were searched in March 2021 to identify studies on the association between the consumption of ultra-processed foods and the increase in overweight and obesity. Using quick review shortcuts to simplify the process, study selection and data extraction were performed. The selection of food categories included in this review respected the criteria established by the NOVA classification. The systematic reviews included were evaluated for methodological quality using the AMSTAR 2 tool. Then, the results were gathered in narrative synthesis.

    Results:

    The searches retrieved 367 unique references, which after selection resulted in the inclusion of 6 systematic reviews that were considered low confidence and critically low. Studies carried out in Brazil stand out, present in all systematic reviews included. All reviews indicated that consumption of ultra-processed foods was associated with the development of obesity and overweight.

    Final considerations:

    The synthesis of the results suggests that the consumption of ultra-processed foods is associated with the development of overweight or obesity in all age groups. There is a consistent body of knowledge that points to a direct relationship between the consumption of ultra-processed foods and the development of obesity. However, it must be considered that the evidence comes from reviews that included primary studies of observational design (cross-sectional and cohort studies). For new studies, it is necessary to carry out designs that can contribute to consolidate the suggested causal relationship between these foods and obesity.

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