Síntese de evidências para políticas de saúde: estratégias para redução da mortalidade materna no estado do Piauí
Synthesis of evidence for health policies: strategies to reduce maternal mortality in the state of Piauí
Ano de publicação: 2020
No mundo, os principais motivos dos óbitos maternos são as causas diretas, com
destaque para os distúrbios hipertensivos e a eclampsia (SAY et al., 2014). No Piauí não é
diferente, já que as principais causas diretas de óbito na gravidez, parto e puerpério são:
eclampsia (16,4%), hemorragias obstétricas (15%) e transtornos hipertensivos (11,3%)
(BRASIL, 2018).
A mortalidade materna vem reduzindo no Brasil, alcançando seu valor mínimo de
57,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos em 2015. Entretanto, pelas metas dos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODM), esse número deveria ter sido reduzido para no
máximo 35 óbitos por 100 mil nascidos vivos (NVs). Se mantida a velocidade com que
a mortalidade materna vem sendo reduzida, dificilmente a meta de reduzir a Razão de
Mortalidade Materna (RMM), no Brasil, para 30 óbitos por 100 mil nascidos vivos até
2030 será alcançada (SILVA et al., 2016; LEAL et al., 2018).
Além disso, as disparidades regionais quanto à mortalidade materna são grandes,
destacando-se o Norte e o Nordeste com as maiores RMMs. Na avaliação dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) de 2017, o Piauí apresentou o terceiro pior desempenho
do País e o segundo pior desempenho na Região Nordeste, com RMM Vigilância de 103,6
por 100 mil NVs e RMM Direta de 83,2 por 100 mil NVs em 2015 (BRASIL, 2018b). Em
2018, no Piauí, a RMM direta foi estimada em 80,1 por 100 mil NVs, mais do que dobro
da taxa máxima aceitável, e justifica intervenções complementares às que já