Reduzindo a mortalidade perinatal
Reducing perinatal mortality
Ano de publicação: 2016
O Brasil alcançará o Objetivo do Milênio número quatro, reduzir a mortalidade
infantil, mas as taxas nacionais não revelam as persistentes desigualdades ainda
existentes entre as regiões geográficas e grupos populacionais. As regiões e as
populações com menores rendas sofrem maiores riscos de morte infantil. Além das
disparidades decorrentes de fatores socioeconômicos e geográficos, as mortes infantis
na primeira semana de vida (óbito neonatal precoce) não reduziram satisfatoriamente
e agora representam o maior desafio ao avanço do enfrentamento da mortalidade
infantil no país. Por outro lado, as mortes ocorridas a partir de 22 semanas de gestação
até o nascimento (óbito fetal), são um componente da mortalidade infantil pouco
conhecido e abordado, mas que apresenta um considerável potencial de redução em
todo o país. O óbito neonatal precoce e o óbito fetal compõem a mortalidade perinatal,
a qual poderia ser reduzida em até 70% pela atenção adequada à gestante, ao parto
e neonato. Nesse contexto, a prematuridade tem se apresentado como a causa mais
importante do óbito neonatal precoce, mas as intercorrências e afecções perinatais
ainda são causas relevantes, em especial nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. O
enfrentamento da mortalidade infantil no Brasil deve enfocar os óbitos perinatais,
identificando opções informadas pelas melhores evidências científicas disponíveis
para obter a redução contínua e sustentável, considerando aspectos de equidade e o
contexto de implementação.