Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais da saúde: uma resposta rápida
Burnout and mental health issues among health care workers: a rapid response
Année de publication: 2020
Quais são as causas e como enfrentar de forma efetiva o Burnout e problemas de saúde mental de profissionais de saúde? E no contexto da COVID-19? Para responder à pergunta, foi realizado um levantamento de revisões sistemáticas que descrevessem o Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde e apresentassem intervenções efetivas.
Por que essa pergunta é relevante?
→ Frente à crise no setor da saúde gerada pela pandemia da COVID-19, há um maior debate sobre o problema do Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde, os quais podem estar expostos a longas jornadas e situações de trabalho sob pressão. Todavia, esses são problemas que acompanham os cotidianos dos serviços de saúde, demandando intervenções de longo prazo e sistêmicas, amparadas pelas evidências disponíveis sobre o que possui maiores chances de impacto positivo na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Quais informações encontramos?
→ A maior parte das revisões sistemáticas sobre Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde foca nas categorias de médicos e enfermeiros, indicando uma lacuna na produção de conhecimento. Pesquisas sobre a COVID-19 ainda são recentes, mas há algumas revisões sistemáticas sobre contextos de pandemias e doenças respiratórias infecciosas que trazem lições para esse momento. → As causas de Burnout e problemas de saúde mental entre profissionais de saúde podem ser categorizadas em individuais, socioeconômicas, organizacionais e de trabalho, com destaque para alta demanda/acúmulo de trabalho, baixa autonomia, pouca clareza ou flexibilidade em regras, horários e tarefas, clima organizacional ruim, baixo apoio social, entre colegas e das chefias. → Duas revisões sistemáticas de alta qualidade constataram o baixo rigor metodológico dos estudos que mostram os benefícios de intervenções para reduzir o estresse ocupacional e o Burnout em profissionais de saúde. Apesar disso, intervenções psicossociais de base cognitivo-comportamental, técnicas de relaxamento e flexibilização organizacional parecem mostrar-se promissoras. Intervenções educativas e artísticas precisam ser melhor avaliadas, mas podem contribuir na melhora de sintomas. → No que tange ao contexto da COVID-19, os estudos disponíveis parecem apontar para um risco maior de problemas de saúde mental entre profissionais de saúde mulheres e profissionais da enfermagem. Programas educacionais podem ser úteis para lidar com a percepção de risco e com traumas advindos do atendimento em saúde em condições extremas. O fortalecimento na comunicação e no fornecimento de insumos de qualidade para o controle de infecções pode aumentar a aderência às práticas de proteção individual dos profissionais e diminuir sintomas de sofrimento psíquico.
¿Cuáles son las causas y cómo abordar de forma efectiva el Burnout y los problemas de salud mental de los profesionales de salud? ¿Y en el contexto de COVID-19? Para responder a la pregunta, se realizó un estudio de las revisiones sistemáticas que describían el Burnout y los problemas de salud mental entre los profesionales de salud y presentaban intervenciones eficaces.
¿Por qué es pertinente esta pregunta?
→ Ante la crisis en el sector de salud generada por la pandemia de COVID-19, hay un mayor debate sobre el problema del Burnout y los problemas de salud mental entre los profesionales de salud, que pueden estar expuestos a largas jornadas laborales y situaciones de trabajo bajo presión. Sin embargo, se trata de problemas que forman parte del día a día de los servicios sanitarios y que exigen intervenciones sistémicas y a largo plazo, respaldadas por las evidencias disponibles sobre lo que tiene más probabilidades de repercutir positivamente en la vida de los trabajadores y las trabajadoras.
¿Qué información encontramos?
→ La mayoría de las revisiones sistemáticas sobre Burnout y problemas de salud mental entre los profesionales de salud se centran en las categorías de medicina y enfermería, lo que indica una insuficiencia en la producción de conocimientos. La investigación sobre COVID-19 es todavía reciente, pero existen algunas revisiones sistemáticas sobre contextos de pandemias y enfermedades respiratorias infecciosas que aportan lecciones para este momento. → Las causas del Burnout y de los problemas de salud mental entre los profesionales de salud pueden clasificarse en individuales, socioeconómicas, organizativas y relacionadas con el trabajo, destacando la alta demanda/acumulación de trabajo, la escasa autonomía, la poca claridad o flexibilidad en las normas, horarios y tareas, el mal clima organizativo, el escaso apoyo social, de los compañeros y de la dirección. → Dos revisiones sistemáticas de alta calidad constataron el escaso rigor metodológico de los estudios que mostraban los beneficios de las intervenciones para reducir el estrés laboral y el Burnout en los profesionales de salud. A pesar de ello, las intervenciones psicosociales de base cognitivo-conductual, las técnicas de relajación y la flexibilización organizativa parecen promisorias. Las intervenciones educativas y artísticas necesitan ser mejor evaluadas, pero pueden contribuir a la mejora de los síntomas. → Con respecto al contexto de COVID-19, los estudios disponibles parecen apuntar a un mayor riesgo de problemas de salud mental entre las mujeres profesionales de salud y el personal de enfermería. Los programas educativos pueden ser útiles para abordar la percepción del riesgo y los traumas derivados de la asistencia sanitaria en condiciones extremas. El refuerzo de la comunicación y la provisión de insumos de calidad para el control de infecciones pueden aumentar el cumplimiento de las prácticas de protección individual por parte de los profesionales y disminuir los síntomas de angustia mental.
What are the causes and how to effectively address Burnout and mental health issues in health care professionals? And in the context of COVID-19? To answer the question, a survey of systematic reviews that described Burnout and mental health issues among health professionals and presented effective interventions was conducted.
Why is this question relevant?
→ Faced with the crisis in the health care sector generated by the pandemic of COVID-19, there is increased debate about the problem of burnout and mental health issues among health care workers, who may be exposed to long working hours and pressured work situations. However, these are problems that are part of everyday life in health services, requiring long-term and systemic interventions, supported by available evidence on what is most likely to have a positive impact on the lives of workers.
What information did we find?
→ Most systematic reviews on burnout and mental health issues among health care workers focus on the categories of physicians and nurses, indicating a gap in knowledge production. Research on COVID-19 is still recent, but there are some systematic reviews on pandemic and infectious respiratory disease contexts that bear lessons for this moment. → The causes of Burnout and mental health issues among healthcare professionals can be categorized into individual, socioeconomic, organizational, and work-related, with emphasis on high demand/accumulation of work, low autonomy, poor clarity or flexibility in rules, schedules, and tasks, poor organizational climate, and low social, peer, and management support. → Two high-quality systematic reviews found the low methodological rigor of studies showing the benefits of interventions to reduce occupational stress and Burnout in health professionals. Nevertheless, cognitive-behavioral-based psychosocial interventions, relaxation techniques, and organizational flexibility seem to show promise. Educational and artistic interventions need to be better evaluated, but may contribute to symptom improvement. → With regard to the context of COVID-19, the available studies seem to point to a higher risk of mental health issues among female health care workers and nursing professionals. Educational programs may be helpful in dealing with risk perception and trauma arising from health care in extreme conditions. Strengthened communication and provision of quality infection control supplies may increase adherence to personal protective practices among health care workers and decrease symptoms of mental distress.