Cultura organizacional e uso de evidências no setor público brasileiro: um estudo de caso
    Organizational culture and use of evidence in the Brazilian public sector: a case study

    Publication year: 2020

    A investigação baseou-se em seis entrevistas em profundidade com especialistas brasileiros. Todos os entrevistados são servidores públicos, familiarizados com o debate sobre políticas públicas informadas por evidências e líderes do uso de evidências em suas instituições. As entrevistas mostram que a cultura de uso de evidências no Brasil ainda é incipiente. Algumas novas iniciativas indicam um caminho à frente, e o setor público está cada vez mais interessado em usar evidências, mas a desconsideração das evidências em favor de outros interesses continua sendo a tendência predominante. A cultura geral do setor público não parece valorizar as evidências como um recurso crítico e há muitas lacunas para a utilização de evidências em termos de capacidade institucional. As limitações institucionais para uma cultura de uso de evidências envolvem interesses conflitantes, falta de protocolos e recursos, inércia organizacional, falta de incentivos e equipe não treinada. Um ponto forte que se destaca é a motivação intrínseca de alguns funcionários. Diversas estratégias foram apontadas como opções para melhorar a cultura de uso de evidências. Isso inclui intervenções para mudar os aspectos estruturais do serviço público em geral ou de instituições particulares, o desenvolvimento de iniciativas de “evidências para políticas” e, finalmente, recomendações específicas sobre como unidades especializadas de “evidências para políticas” podem melhorar seus serviços. Palavras-chave: políticas públicas informadas por evidências, setor público, cultura organizacional, Brasil, estudo de caso, entrevistas. Este estudo de caso foi desenvolvido no INASP, como parte do estágio profissional para o Mestrado em Políticas Públicas da Blavatnik School of Government, Universidade de Oxford. Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à Fundação Lemann pela bolsa que me permitiu fazer este curso. Também gostaria de agradecer à equipe do INASP por abrir suas portas e por todo o apoio durante o estágio. Um agradecimento especial a Emily Hayter, por sua supervisão generosa e contribuições perspicazes ao longo do projeto. Agradeço também a Leandro Echt, da Purpose & Ideas, pela ajuda no desenvolvimento do protocolo da entrevista e na análise dos dados. Por fim, gostaria de estender minha gratidão a todos os seis entrevistados anônimos, que gentilmente compartilharam seu tempo e percepções comigo, tornando este projeto possível.

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