Esta síntese rápida de evidências foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion". O Programa Saúde na Escola (PSE) é uma estratégia para articulação entre as políticas e ações de educação e saúde, para alunos da rede pública de ensino: Creche, Pré-Escola, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, Educação de Jovens e Adultos (EJA). A integração da escola tanto aos programas de saúde quanto a outros espaços sociais é fundamental na formação dos estudantes, na percepção e construção da cidadania e no acesso às políticas públicas. Desse modo, são necessárias ações de PSE para promoção da saúde e do protagonismo juvenil. Nessa perspectiva, essa síntese rápida de evidência tem o intuito de verificar a participação de jovens no PSE.

Pergunta:

De que forma os jovens têm participado das ações do Programa de Saúde na Escola (PSE)? Métodos: As buscas por estudos que apresentam estratégias para a participação de jovens no PSE foram realizadas em seis bases de dados. Não houve restrição de ano de publicação, mas foram incluídos apenas estudos em português, inglês e espanhol. A avaliação da qualidade metodológica dos estudos qualitativos foi realizada por meio da ferramenta Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Checklist for Qualitative Research e a qualidade dos relatos de experiência utilizando critérios de avaliação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Nesta síntese rápida de evidências, produzida em 13 dias, foram utilizados atalhos metodológicos, de maneira que apenas o processo de seleção foi realizado em duplicidade e de forma independente.

Resultados:

De 1.264 publicações identificadas nas bases de dados, após o processo de seleção foram incluídas três pesquisas qualitativas e três relatos de experiência. Na avaliação da qualidade metodológica, os relatos atenderam aos itens mínimos sugeridos pelos checklists aplicados. Os estudos analisados trouxeram resultados sobre a formação de multiplicadores do PSE e oficinas de educação em saúde. As oficinas para formação de multiplicadores com base nos temas prioritários do PSE, a capacitação de estudantes para participação juvenil no PSE com produção de diagnóstico das escolas e seus territórios e, e o processo formativo de adolescentes realizado por acadêmicos de enfermagem tiveram resultados positivos no ambiente intra e extra escolar, onde evidenciaram a necessidade dos temas abordados estarem em conformidade com a necessidade dos adolescentes. Contudo, a formação de multiplicadores com apresentação pela gestão do PSE conforme cronograma anual e a formação de adolescentes para implementação de guia de educação em saúde nas escolas não apresentaram resultados tão satisfatórios. A primeira estratégia foi realizada de forma tradicional e assim obteve uma baixa participação dos adolescentes no processo formativo, já a formação de adolescentes para implementação de guia de educação em saúde nas escolas encontrou dificuldades na implementação dos guias em decorrência dos termos técnicos que constavam no guia, mas que foram supridas com a formação prévia dos dinamizadores foi fundamental para o alinhamento conceitual.

Conclusão:

Esta revisão identificou resultados promissores com as estratégias para aumento da participação dos jovens no PSE, embora muitas dessas atividades tenham que ser aprimoradas para melhores resultados. Dada a natureza dos estudos analisados não era de se esperar resultados sobre efetividade das ações, no entanto, os resultados trazem contribuições acerca dos desafios e possibilidades na implementação do programa. Nesse sentido, uma lacuna para ser abordada em pesquisas futuras é a comparação entre diferentes abordagens para promover a participação dos jovens no PSE.