Yoga para o tratamento de dor crônica e aguda em adultos e idosos: qual eficácia/efetividade e a segurança do yoga para tratamento da dor aguda ou crônica em população adulta?
Yoga for the treatment of chronic and acute pain in adults and the elderly: What is the efficacy / effectiveness and safety of yoga for the treatment of acute or chronic pain in an adult population?
Publication year: 2019
O yoga caracteriza-se como uma prática integrativa de origem oriental que combina posições
corporais, técnicas de respiração, meditação e relaxamento.
Indicação
É indicada no tratamento de sistemas musculoesquelético, endócrino, respiratório, além de
outros agravos à saúde, e estimula as funções cognitivas.
Qual a eficácia/efetividade e a segurança do yoga para tratamento da dor aguda ou crônica
em população adulta?
As buscas foram realizadas nas bases de dados Pubmed, HSE - Health Systems Evidence,
Epistemonikos, Portal Regional da BVS, HE - Health Evidence e Embase, em 27 de setembro de
2019. Foram incluídas revisões sistemáticas (RS), com ou sem metanálises, publicadas em
inglês, espanhol e português, e que que avaliavam o yoga no tratamento de dor crônica e
aguda na população adulta e/ou idosa. Não houve restrição em relação ao ano de publicação.
As estratégias de busca foram utilizadas com base na combinação de palavras-chave
estruturadas a partir do acrônimo PICOS, usando os termos MeSH no Pubmed e DeCS na BVS,
adaptando-os ao HSE, Epistemonikos, HE e Embase. A qualidade metodológica das revisões
sistemáticas selecionadas foi avaliada segundo a ferramenta Assessing the Methodological
Quality of Systematic Reviews (AMSTAR 2).
De 693 artigos identificados, dez revisões sistemáticas foram selecionadas, oito delas com
meta-análises. Com relação à qualidade metodológica, três revisões foram consideradas de
qualidade moderada, duas de baixa qualidade e cinco de qualidade criticamente baixa.
Na lombalgia crônica, a prática de yoga, quando comparada a atividades passivas, cuidado
habitual, educação, atendimento médico padrão, controle de atenção, lista de espera, sem
exercícios físicos, mostrou ser eficaz na diminuição da dor em curto, médio e longo prazos. Os
resultados são mais consistentes com relação aos efeitos em curto e médio prazos. Na
comparação de yoga com exercícios físicos as evidências resultam de poucos estudos e são
controversas, mostrando benefício em curto e médio prazos no controle de lombalgia ou
diferenças estatisticamente não significantes. Yoga, em comparação a intervenções passivas,
sem exercícios físicos, mostrou ser benéfico também para melhorar quadros de incapacidade
específica relacionada à lombalgia, em curto, médio e longo prazos. Além disso, houve
melhora clínica dos casos de lombalgia a favor de yoga em curto e médio prazos.
Na dor cervical crônica, as revisões mostraram evidências de efeitos benéficos de yoga para
redução da dor quando comparado a cuidados habituais ou exercícios, entretanto não houve
diferença com pilates ou medicina complementar e alternativa Da mesma forma, yoga
mostrou-se superior a cuidados habituais e exercícios na redução da incapacidade relacionadaà dor cervical. A qualidade de vida e o humor melhoraram com yoga em relação a cuidados
habituais.
Yoga parece trazer benefícios também para pessoas com quadros de dor relacionados a
osteoartrite e artrite reumatoide, fibromialgia, síndromes do túnel do carpo e do intestino
irritável. No entanto, os resultados são menos consistentes.
Com relação à segurança da prática de yoga, as evidências mostraram eventos adversos em
geral sem gravidade. E quando comparado a exercícios não houve diferença no relato de
eventos adversos.
As revisões sistemáticas apresentaram resultados favoráveis à prática de yoga em relação aos
cuidados habituais, particularmente nos casos de dor lombar e cervical. Há menos evidências
acerca da superioridade do yoga em comparação a intervenções ativas. Em outras situações
estudadas, como a dor associada a fibromialgia, osteoartrite, artrite reumatoide, síndromes
do túnel do carpo e do intestino irritável, as evidências são menos consistentes.
É importante ressaltar que as revisões sistemáticas incluídas nesta revisão rápida foram
consideradas de baixa confiança na avaliação com a ferramenta AMSTAR 2. Além disso, os
resultados têm como base estudos primários com amostras pequenas, com heterogeneidade
na aplicação das intervenções, e considerável risco de viés. Isso remete à necessidade de se
realizar ensaios clínicos, bem como revisões sistemáticas, com melhor qualidade
metodológica.