Meditação/mindfulness para tratamento de doenças cardiovasculares em adultos e idosos: Qual a eficácia/efetividade e segurança do uso complementar da meditação/mindfulness para o tratamento de doenças cardiovasculares na população adulta e idosa?
    Meditation / mindfulness for the treatment of cardiovascular diseases in adults and the elderly: How effective / effective and safe is the complementary use of meditation / mindfulness in the treatment of cardiovascular diseases in adults and the elderly?

    Publication year: 2019

    A meditação é uma prática que consiste no foco da atenção para o momento presente, de modo não analítico ou discriminativo, promovendo alterações favoráveis e de fortalecimento físico, emocional, mental, social e cognitivo. Indicação É indicada para estímulo do bem-estar, relaxamento, redução do estresse, da hiperatividade e dos sintomas depressivos.

    A meditação pode ser dividida em dois tipos:

    a meditação concentrativa, que se limita à atenção a um único objeto (respiração, som ou imagem); e o mindfulness (atenção plena), que trata da percepção e observação de estímulos, como pensamentos, sentimentos e/ou sensações. A meditação/mindfulness está inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) nas práticas mentais desde 2006. As buscas foram realizadas nas bases de dados Pubmed, HSE - Health Systems Evidence, HE - Health Evidence, Portal Regional da BVS, Epistemonikos e Embase, em 10 de outubro de 2019. Foram incluídas revisões sistemáticas (RS), com ou sem metanálises, publicadas em inglês, espanhol e português que versavam sobre os efeitos da meditação/mindfulness no tratamento de doenças cardiovasculares na população adulta e idosa. Não houve restrição em relação ao ano de publicação. As estratégias de busca foram utilizadas com base na combinação de palavras-chave estruturadas a partir do acrônimo PICOS, usando os termos MeSH no Pubmed e DeCS na BVS, adaptando-os ao HSE, Epistemonikos, HE e Embase. A qualidade metodológica das revisões sistemáticas selecionadas foi avaliada segundo a ferramenta Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews (AMSTAR 2). Por se tratar de uma revisão rápida, os processos de seleção dos estudos, extração de dados e avaliação da qualidade metodológica não foram realizados em duplicidade. De 207 artigos identificados nas bases de dados, dez revisões sistemáticas foram selecionadas, sete delas com metanálises. O tipo de tecnologia mais avaliado foi meditação transcendental (MT), em seis revisões, e cerca de outros sete tipos de meditação e/ou mindfulness foram identificados, como terapia cognitiva baseada em mindfulness (MBCT); intervenção baseada na atenção (MBI); redução de estresse baseada no mindfulness (MBSR), incluindo práticas em grupo e individuais. A condição cardiovascular analisada nas revisões sistemáticas variou desde o foco na prevenção, até tratamento e reabilitação. Foram avaliados os efeitos e eficácia da meditação/mindfulness sobre a pressão arterial, frequência cardíaca em repouso, aspectos psicológicos, qualidade de vida, sobrevida, tolerância ao exercício. As revisões sistemáticas não avaliaram ou não relataram eventos adversos das estratégias utilizadas. Com relação à qualidade metodológica, todas as revisões foram consideradas de qualidade criticamente baixa. As revisões sistemáticas selecionadas apresentaram alguns resultados favoráveis à prática de diferentes tipos de meditação e mindfulness para o tratamento de doençascardiovasculares, particularmente com relação à hipertensão arterial. Os estudos mostraram reduções significativas das pressões arteriais sistólica e diastólica, principalmente em pacientes com hipertensão ou pré-hipertensão. Essas práticas integrativas resultaram também em melhora na saúde mental, como ansiedade, depressão, angústia e estresse em pessoas com condições relacionadas a doenças cardiovasculares. Eventos adversos não foram avaliados ou relatados nessas revisões. É importante levar em consideração que os resultados apresentados provêm de dez revisões classificadas como de confiança criticamente baixa, uma vez que os estudos primários incluídos mostraram grande heterogeneidade na aplicação das intervenções e considerável risco de viés. Isso remete à necessidade de realizar ensaios clínicos, bem como revisões sistemáticas, com melhor qualidade metodológica.

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