Sistematização de ações interdisciplinares para fortalecer a adesão à profilaxia da transmissão do HIV
Interdisciplinary strategies to boost adherence to HIV prophylaxis

Año de publicación: 2024

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), é um retrovírus que ataca o sistema imunológico, afetando principalmente as células T CD4+. A transmissão vertical (TV) é uma das formas de infecção, onde a mãe transmite o vírus para o bebê no momento do parto, pós parto ou amamentação (Neto et al, 2021). A profilaxia da transmissão vertical do HIV visa impedir a transmissão do vírus da mãe para o recém-nascido, depende da adesão rigorosa a práticas de saúde preventivas tanto antes quanto ao nascer. Essa prevenção envolve o uso de antirretrovirais pela mãe durante a gestação, cuidados especiais durante o parto e a administração de medicamentos ao recém-nascido após o nascimento. No entanto, além das ações direcionadas à mãe, é essencial que os responsáveis pelo recém-nascido estejam bem orientados e preparados para manter o cuidado necessário para prevenir a infecção do bebê. Nesse contexto, ações interdisciplinares, que reúnem profissionais de diferentes áreas da saúde, têm se mostrado essenciais para fortalecer a adesão a essas práticas e assegurar que o cuidado e a tratamento sejam seguidos adequadamente (Siqueira et al, 2020, Kanno et al, 2023, Cavalcanti et al, 2024). Estudos indicam que a presença de uma equipe interdisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais e psicólogos, proporciona um acompanhamento mais amplo e um apoio integral aos familiares do recém-nascido exposto ao HIV. A combinação de conhecimentos e habilidades distintas permite que cada aspecto do cuidado seja atendido, ajudando os responsáveis a entenderem a importância e a forma correta de administrar os medicamentos antirretrovirais no bebê e de evitar a amamentação, que pode ser uma fonte de transmissão do HIV (Rios et al, 2019, Borges et al, 2023). Segundo Leal et al. (2019), orientação adequada reduz o risco de abandono do tratamento e fortalece a segurança dos familiares na execução das ações profiláticas, aumentando a chance de prevenção da transmissão. A orientação aos responsáveis enfrenta desafios significativos, como o estigma e o medo associados ao HIV, podendo influenciar a maneira como os responsáveis entendem o tratamento do bebê e, em alguns casos, levá-los a esconder o diagnóstico devido ao receio de julgamentos externos. Müller et al. (2023) destacam que a orientação por profissionais de saúde mental ajuda os familiares a compreender o diagnóstico de maneira mais saudável, favorecendo a adesão às medidas profiláticas e o sucesso da prevenção. Outro aspecto importante das ações interdisciplinares é a educação em saúde, que contribui para capacitar os familiares a realizarem o acompanhamento e o tratamento do bebê de maneira correta, reforçando a adesão a profilaxia (Santos et al. 2023). Para isso, é necessário que a comunicação seja acessível e adaptada ao nível de compreensão dos familiares, possibilitando que eles se sintam à vontade para esclarecer dúvidas e sigam as instruções corretamente

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