Efeitos da atividade física na saúde mental
    Effects of physical activity on mental health

    Año de publicación: 2021

    Contexto:

    As práticas de atividade física podem trazer benefícios como redução de riscos à saúde, melhora da saúde mental e da qualidade de vida da população. Por isso, mundialmente há preocupação com os baixos níveis de atividade física por pessoas de diferentes contextos. Esta revisão rápida tem o intuito de avaliar os benefícios das intervenções de atividade física na saúde mental e qualidade de vida de indivíduos acometidos ou não por transtornos mentais.

    Pergunta:

    Quais são os efeitos da atividade física na saúde mental? Métodos: Seguindo protocolo prévio, buscas por revisões sistemáticas (RS) foram realizadas em sete bases eletrônicas da literatura, em agosto de 2021. Foram utilizados atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, com inclusão de RS publicadas nos últimos cinco anos e com algumas especificações quanto ao contexto e população. Apenas o processo de seleção foi realizado em duplicata e de forma independente, a extração dos dados com posterior avaliação da qualidade das RS foi feita por um revisor e checada por outro. Os resultados foram reunidos em síntese narrativa conforme similaridade da população avaliada.

    Resultados:

    De 2.891 registros identificados nas bases de dados, 71 RS foram incluídas após processo de seleção e elegibilidade. Na avaliação da qualidade metodológica com a ferramenta AMSTAR 2, as RS foram consideradas de confiança criticamente baixa (97,1%) e de confiança baixa (2,9%). As revisões apresentaram resultados de exercícios aeróbicos e anaeróbicos, práticas mente-corpo, esportes, entre outras, em populações sem transtornos mentais ou com transtornos mentais diversos (transtornos do neurodesenvolvimento e neurocognitivos; transtornos depressivos; transtornos de ansiedade; espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; transtornos relacionados a substâncias e transtornos aditivos; transtornos relacionados a trauma e a estressores; transtornos alimentares; diversos transtornos em saúde mental). Os efeitos da atividade física foram analisados para vários desfechos, entre os quais bem-estar, ansiedade, depressão, funções motoras e sociais foram avaliadas clinicamente ou por meio de relatos.

    Considerações finais:

    De modo geral, a atividade física apresentou inúmeros benefícios para a saúde e a qualidade de vida para pessoas de todas as faixas etárias, sendo os resultados mais estudados e robustos para algumas condições do que para outras. Poucas RS apresentaram informação a respeito da segurança da prática de atividade física, mostrando que são baixos os riscos de eventos adversos graves. As revisões também mostraram alguns resultados contraditórios ou sem diferença significativa entre os resultados dos grupos de intervenção e controle, que precisam ser analisados com cautela. Vale ressaltar que essas incertezas podem estar relacionadas à heterogeneidade dos estudos quanto a diferentes modalidades de atividades físicas, de populações e de desfechos de saúde mental. Além disso, deve-se levar em consideração que a avaliação das RS mostra que a maioria foi classificada como de confiança criticamente baixa.

    Context:

    Physical activity practices can bring benefits such as reducing health risks, improving mental health and quality of life for the population. Therefore, worldwide there is concern about low levels of physical activity by people from different contexts. This quick review aims to assess the benefits of physical activity interventions on mental health and quality of life for individuals with or without mental disorders.

    Question:

    What are the effects of physical activity on mental health? Methods: Following a previous protocol, searches for systematic reviews (SR) were carried out in seven electronic databases of the literature, in August 2021. Rapid review shortcuts were used to simplify the process, with the inclusion of SR published in the last five years and with some specifications as to context and population. Only the selection process was carried out in duplicate and independently, the extraction of data with subsequent evaluation of the quality of the SR was carried out by one reviewer and checked by another. The results were gathered in narrative synthesis according to the similarity of the population evaluated.

    Results:

    Of the 2,891 records identified in the databases, 71 RS were included after the selection and eligibility process. In the assessment of methodological quality with the AMSTAR 2 tool, the SRs were considered to have critically low confidence (97.1%) and low confidence (2.9%). The reviews presented results of aerobic and anaerobic exercises, mind-body practices, sports, among others, in populations without mental disorders or with diverse mental disorders (neurodevelopmental and neurocognitive disorders; depressive disorders; anxiety disorders; schizophrenia spectrum and other disorders psychotic disorders; substance-related and addictive disorders; trauma- and stress-related disorders; eating disorders; various mental health disorders). The effects of physical activity were analyzed for several outcomes, among which well-being, anxiety, depression, motor and social functions were evaluated clinically or through reports.

    Final considerations:

    In general, physical activity has presented numerous benefits for health and quality of life for people of all age groups, with the results being more studied and robust for some conditions than for others. Few SRs presented information about the safety of physical activity, showing that the risks of serious adverse events are low. The reviews also showed some contradictory results or no significant difference between the results of the intervention and control groups, which need to be analyzed with caution. It is worth mentioning that these uncertainties may be related to the heterogeneity of studies regarding different modalities of physical activities, populations and mental health outcomes. In addition, it should be taken into account that the evaluation of the SRs shows that most were classified as critically low confidence.

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