Redução ou cessação do uso de derivados de tabaco na APS
    Reduction or cessation of tobacco use in PHC

    Año de publicación: 2021

    Esta síntese rápida de evidências foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion".

    PROBLEMA:

    O uso contínuo do tabaco, por exposição direta ou indireta, é considerado um problema global de saúde pública, responsável por oito milhões de mortes ao ano. Cerca de 80% dos usuários da substância residem em países de baixa e média renda, como o Brasil. O principal problema de saúde decorrente do uso dos derivados de tabaco é o câncer de pulmão, terceiro tipo de câncer mais comum na população e o mais letal. Neste cenário é importante que equipes e serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) estejam preparados para fornecer ações de prevenção e controle do fumo.

    Opções para enfrentar o problema:

    De 234 registros recuperados das bases de dados, após processo de seleção e elegibilidade, treze Revisões Sistemáticas (RS) foram incluídas nesta síntese narrativa. Os resultados foram organizados em quatro opções para políticas em contextos de APS. Efeitos positivos foram relatados nas RS para uma variedade de intervenções, no entanto, algumas incertezas também foram apontadas. Com relação à qualidade metodológica, uma RS foi classificada como de confiança moderada, duas de confiança baixa e dez de confiança criticamente baixa. Opção 1.

    Intervenções de aconselhamento conduzidas por profissionais de saúde:

    Seis RS apresentaram efeitos das intervenções de aconselhamento para cessação do uso do tabaco, conduzidas por profissionais farmacêuticos, enfermeiros, profissionais com treinamento específico para lidar com o tabagismo e profissionais não especificados. Uma variedade de modalidades de aconselhamento mostrou-se efetiva na comparação com nenhuma intervenção, cuidado habitual ou intervenções menos intensivas. Incertezas foram apontadas com relação aos efeitos da entrevista motivacional e na comparação do aconselhamento com intervenções mistas. Opção 2.

    Intervenções comportamentais únicas ou combinadas:

    Duas RS relataram que intervenções comportamentais se mostraram efetivas para lidar com o tabagismo em comparação a cuidados habituais, materiais educativos e aconselhamento breve. Incertezas foram relatadas em relação ao reforço contingente e com relação ao apoio comportamental para fumantes com sofrimento psíquico e jovens em diferentes situações de risco, sendo: adolescentes grávidas, adolescentes com doença mental, adolescentes em tratamento por uso abusivo de substâncias e estudantes residentes de comunidades socioeconomicamente vulneráveis (o risco e faixa etária não foi especificado em um estudo). Opção 3.

    Apoio de registro médico e feedback motivacional personalizado sobre riscos biomédicos:

    Duas RS investigaram os efeitos do apoio de registro médico nas consultas, e o feedback dos riscos biomédicos. As evidências são escassas para afirmar se essas intervenções são ou não efetivas na cessação do tabagismo. O uso de registro médico tem como base apenas dois estudos primários, um dos quais sem grupo controle. O uso de resultados de exames mostrou-se efetivo com o feedback sobre danos relacionados ao fumo, mas não teve o mesmo efeito quando esse feedback se referia à exposição ao fumo e ao risco de doenças relacionadas ao fumo. Opção 4.

    Intervenções multicomponentes:

    Oito RS apresentaram efeitos de diversas intervenções combinadas para redução ou cessação do uso do tabaco. Algumas intervenções foram realizadas por profissionais de farmácia, enfermagem, médicos ou equipe clínica. As intervenções multicomponentes mostraram-se efetivas para a cessação do tabagismo, particularmente nos estudos em que foram comparadas a nenhuma intervenção, cuidados habituais ou intervenções mais comumente utilizadas. No entanto, é importante considerar algumas incertezas de maior magnitude apontadas nos estudos, como a adição do aconselhamento por entrevista motivacional ou apoio por telefone
    This rapid synthesis of evidence was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, under the project GEREB-010-FIO-20 and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection.

    PROBLEM:

    The continuous use of tobacco, through direct or indirect exposure, is considered a global public health problem, responsible for eight million deaths a year. About 80% of substance users reside in low- and middle-income countries, such as Brazil. The main health problem resulting from the use of tobacco derivatives is lung cancer, the third most common type of cancer in the population and the most lethal. In this scenario, it is important that Primary Health Care (PHC) teams and services are prepared to provide tobacco prevention and control actions.

    Options to tackle the problem:

    From 234 records retrieved from the databases, after a selection and eligibility process, thirteen Systematic Reviews (SR) were included in this narrative synthesis. The results were organized into four options for policies in PHC contexts. Positive effects were reported in the SRs for a variety of interventions, however, some uncertainties were also pointed out. Regarding methodological quality, one SR was classified as moderately confident, two as low confidence and ten as critically low confidence. Option 1.

    Counseling interventions conducted by health professionals:

    Six SRs showed effects of counseling interventions for tobacco use, conducted by pharmacists, nurses, professionals with specific training to deal with tobacco and unspecified professionals. A variety of counseling modalities have been shown to be effective in comparison with no intervention, usual care, or less intensive interventions. Uncertainties were pointed out regarding the effects of motivational interviewing and the comparison of counseling with mixed interventions. Option 2.

    Single or Combined Behavioral Interventions:

    Two SRs reported that behavioral interventions were effective in dealing with smoking compared to usual care, educational materials, and brief counseling. Uncertainties were reported in relation to contingent reinforcement and in relation to behavioral support for smokers with psychological distress and young people in different risk situations, namely: pregnant adolescents, adolescents with mental illness, adolescents undergoing treatment for substance abuse and students residing in communities socioeconomically vulnerable (risk and age group were not specified in one study). Option 3.

    Medical record support and personalized motivational feedback on biomedical risks:

    Two SRs investigated the effects of medical record support on appointments, and biomedical risk feedback. Evidence is scarce to state whether or not these interventions are effective in smoking cessation. The use of medical records is based on only two primary studies, one of which without a control group. The use of test results was effective with feedback on smoking-related harm, but did not have the same effect when that feedback referred to smoking exposure and risk of smoking-related illness. Option 4.

    Multicomponent Interventions:

    Eight SRs showed effects of several combined interventions to reduce or stop tobacco use. Some interventions were performed by pharmacy, nursing, medical or clinical staff professionals. Multicomponent interventions were shown to be effective for smoking cessation, particularly in studies where they were compared to no intervention, usual care, or more commonly used interventions. However, it is important to consider some uncertainties of greater magnitude pointed out in the studies, such as the addition of motivational interviewing counseling or telephone support

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