Año de publicación: 2019
O problema:
O Brasil é o segundo país com as taxas mais elevadas de cirurgia cesariana no mundo, muito além da recomendação de 10 a 15% da Organização Mundial da Saúde (WHO et al., 2015). O uso excessivo e desnecessário de tecnologias na atenção ao parto e nascimento tem contribuído para aumentar os riscos à saúde de mães e recém-nascidos.
Opções para enfrentar o problema:
Nesta Síntese são apresentadas cinco propostas de intervenções para reduzir as taxas de cirurgia cesariana, todas de caráter não clínico, selecionadas a partir de revisões sistemáticas. Sistemas públicos e privados podem se beneficiar com a implementação dessas ações, cada qual com suas possibilidades e limitações.
Opção 1 – Incentivar o uso de intervenções combinadas para redução de cesarianas, com foco em profissionais de saúde e na gestão dos serviços e sistemas de saúde Intervenções múltiplas em diversos contextos da assistência obstétrica, com foco em profissionais de saúde e na gestão dos serviços de saúde, podem reduzir em até 27% as taxas de cirurgia cesariana. Elas incluem estratégias baseadas em auditoria e feedback, educação profissional e uso de protocolos clínicos.
Opção 2 – Promover, durante o pré-natal, o preparo da mulher para o parto normal Atenção pré-natal em grupo, programas de preparo para o parto normal para mulheres e casais, continuidade do cuidado desde o pré-natal até o parto, e incentivo ao exercício físico são medidas com potencial para reduzir em até 78% as taxas de cesariana.
Opção 3 – Fornecer apoio contínuo às mulheres durante o trabalho de parto e parto O apoio contínuo às mulheres durante o trabalho de parto até o nascimento pode reduzir as taxas de cirurgia cesariana em até 51%. Esse tipo de apoio pode ser prestado por um profissional (doula, enfermeira, obstetriz), ou membros da família com alguma ou nenhuma formação especial.
Opção 4 – Estruturar e facilitar o acesso a diferentes ambientes para o parto promover nascimentos em centros de parto normal, casas de parto e domicílio pode reduzir em até 58% as taxas de cesariana. Além disso, contribui para a redução de analgesia, episiotomia, sangramento e infecção nas mulheres, prematuridade e baixo peso ao nascer.
Opção 5 – Implementar estratégias de apoio ao parto vaginal após cesárea prévia (VBAC -Vaginal Birth After Cesarean) Aconselhamento pré-natal, cuidado por equipe multiprofissional, uso de protocolos clínicos, auditoria e feedback, que contemplem a temática do VBAC, podem aumentar as tentativas e os partos normais de mulheres com cesárea prévia, em até 28% e 41% respectivamente.