Meditação/mindfulness para o tratamento de ansiedade e depressão em adultos e idosos: Qual a eficácia/efetividade e segurança da meditação/mindfulness para o tratamento de ansiedade ou depressão em população adulta ou idosa?
Meditation / mindfulness for the treatment of anxiety and depression in adults and the elderly: What is the efficiency / effectiveness and safety of meditation / mindfulness for the treatment of anxiety or depression in an adult or elderly population?
Año de publicación: 2019
A meditação é uma prática que consiste no foco da atenção para o momento presente, de
modo não analítico ou discriminativo, podendo ser dividida em dois tipos: meditação
concentrativa e o mindfulness, que trata da percepção e observação de estímulos.
A meditação e o mindfulness trazem benefícios para o fortalecimento físico, emocional,
mental, social e cognitivo. Assim, são indicados para estímulo do bem-estar, relaxamento,
redução do estresse, da hiperatividade e dos sintomas depressivos.
A busca da literatura foi realizada em cinco bases de dados, sem restrição de ano de
publicação. Foram incluídas apenas revisões sistemáticas que versavam sobre os efeitos da
meditação ou mindfulness na redução ou controle da ansiedade e da depressão na
população adulta e idosa. A avaliação da qualidade metodológica foi realizada com a
ferramenta AMSTAR 2. Por se tratar de uma revisão rápida, os processos de seleção dos
estudos, extração de dados e avaliação da qualidade metodológica não foram realizados
em duplicidade.
A partir de 946 relatos identificados nas bases de dados, 48 foram considerados elegíveis e
lidos na íntegra e 19 incluídos nesta revisão rápida. A confiança nos achados das revisões,
avaliada com a ferramenta AMSTAR 2, foi considerada como baixa em 2 estudos e
criticamente baixa em 17. A tecnologia mais estudada refere-se a intervenções baseadas
em mindfulness, em oito revisões, e cerca de outras dez variantes de mindfulness ou
meditação foram identificadas. Em pacientes com transtornos de ansiedade, duas revisões
mostraram efeitos favoráveis à prática de mindfulness e duas não identificaram diferenças.
No caso de pacientes com transtornos depressivos, o mindfulness no geral foi mais eficaz
que os comparadores. Resultados positivos de meditação ou mindfulness também foram
apontados para ansiedade ou depressão relacionadas a outras condições de saúde. Poucas
informações estavam disponíveis sobre a segurança da prática de meditação ou
mindfulness, não havendo relatos sobre eventos adversos graves.
O uso de mindfulness em transtornos depressivos mostrou superioridade em relação aos
comparadores. No entanto, os resultados foram conflitantes para meditação. Houve menos
estudos sobre a eficácia de meditação ou mindfulness para transtornos de ansiedade e os
resultados a favor dessas tecnologias é menos consistente. Apesar das evidências positivas
disponíveis, é necessária cautela ao avaliar os resultados pela baixa confiança na qualidade
metodológica das revisões incluídas, a heterogeneidade dos estudos primários e a ausência
de estudos sobre os efeitos da prática de meditação em longo prazo.