O agente comunitário de saúde em Fortaleza: vivências profissionais

Publication year: 2013

INTRODUÇÃO:

Programa Saúde da Família (PSF) surgiu como um programa nacional no contexto da reestruturação do sistema público de saúde no Brasil, propondo um modelo de atenção à saúde da população de forma a possibilitar o acesso universal e contínuo aos serviços, preconizando os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS): universalização, equidade, descentralização, integralidade e participação da comunidade. Atualmente a nomenclatura é Estratégia Saúde da Família (ESF).

OBJETIVO:

Este trabalho procurou compreender como o Agente Comunitário de Saúde, que é um dos integrantes da ESF, desenvolve suas das atividades cotidianas e como essas podem contribuir e/ou influenciar na implementação, no fortalecimento e na manutenção de uma política pública de saúde em uma cidade de grande porte.

MATERIAL E MÉTODO:

Viu-se a necessidade de compreender, a partir do Agente Comunitário de Saúde (ACS), qual o sentido de sua atuação, o seu papel dentro de um campo onde atuam profissionais diversos, tais como médicos, enfermeiros, cirurgiões dentistas, dentre outros. Diante do exposto, procuramos compreender como o ACS estabelece espaços de negociação, no cotidiano de trabalho, tanto com a equipe de ESF, como com a comunidade por ele assistida; como percebe seu trabalho dentro da equipe de ESF enquanto sujeito de articulação da comunidade com o sistema de saúde local, verificando as funções (previstas e praticadas) e formas de atuação do ACS na ESF. A metodologia utilizada, de natureza qualitativa, teve inspiração na etnografia tendo sido utilizado como ferramentas essenciais observação direta no campo por ocasião do acompanhamento de uma ACS, entrevistas semiestruturadas com outros ACS e com uma gestora, além de pesquisa documental e bibliográfica sobre o tema.

RESULTADOS:

Em uma cidade como Fortaleza, apresentam-se alguns obstáculos para o desenvolvimento do trabalho do ACS: falta de coesão entre a equipe de trabalho, falta de apoio institucional e o contexto de violência de uma metrópole. Verificou-se também, que o ACS realiza as atividades que são preconizadas pelo Ministério da Saúde, adequando-se às condições de cada área. O fato de ser um morador do mesmo local onde trabalha tem aspectos positivos como contar com a boa vontade dos moradores para realizar seu trabalho por conta da confiança desenvolvida; e aspectos negativos, como invasão de privacidade.

CONCLUSÃO:

Mesmo em se tratando de uma grande cidade e apresentando diversas características adversas à realização do trabalho do ACS, no interior das comunidades, as características são similares às características de cidades pequenas, como a intimidade entre os moradores que proporciona estreitamento de confiança, o que conta positivamente para o desenvolvimento do trabalho desse profissional.

INTRODUCTION:

The Programa Saúde da Família (PSF) has emerged as a national program in the context of the restructuring of the public health system in Brazil, proposing a model of health care for the population in order to enable universal and continuing access to services, advocating the principles and guidelines of the Sistema Único de Saúde (SUS): universality, equity, decentralization, and full community participation. Currently the nomenclature is the Estratégia de Saúde da Família (ESF).

OBJECTIVE:

This study sought to understand how the Community Health Agent, which is one of the members of the ESF, develops their daily activities and how these can contribute to and/or influence in the implementation, strengthening and maintenance of a public health policy in a city large .

MATERIAL AND METHODS:

Observed the need to understand, from the Community Health Agent (CHA), what is the meaning of their task, their role within a field where they operate many professionals such as doctors, nurses, dentists and others. Given the above, we seek to understand how CHA provides spaces for negotiation, in daily work, both with the staff of FHS as the community assisted by him; perceives his work within the staff of FHS as a subject of articulation with the community the local health system, checking functions (planned and practiced) and forms of performance of the ACS in ESF. The methodology was qualitative, took inspiration in ethnography has been used as essential tools direct field observation during the followup of an ACS, semistructured interviews with other ACS and a management as well as documentary and bibliographic research on the topic.

RESULTS:

In a city like Fortaleza, we present some obstacles to the development of the work of ACS: lack of cohesion between the team, lack of institutional support and the context of violence of a metropolis. It was also found that CHA performs activities that are recommended by the Ministry of Health, adapting to the conditions of each area. Being a resident of the same place where they work has positive aspects like having the willingness of residents to carry out their work on behalf of the trust developed, and negative aspects, such as invasion of privacy.

CONCLUSION:

Even when it comes to a big city and having several adverse to doing the work of the ACS, within communities, characteristic features are similar to the characteristics of small towns such as intimacy among residents which provides narrowing of confidence, which account positively to the development of this professional.