Sci. med. (Porto Alegre, Online); 28 (3), 2018
Publication year: 2018
OBJETIVOS:
Caraterizar como os especialistas e residentes de Pediatria e de Medicina Geral e Familiar consideram que abordam os
adolescentes, identificar as suas habilitações em Medicina do Adolescente, averiguar que tópicos dessa área os médicos gostariam de ver
abordados em futuros treinamentos e comparar as percepções dos médicos das duas especialidades em relação à sua experiência na prática
em saúde do adolescente.
MÉTODOS:
Estudo transversal com base em inquérito enviado via correio eletrônico a 241 médicos da área de influência de um hospital de
nível II, tendo-se incluído especialistas e residentes de Pediatria e de Medicina Geral e Familiar de centros de saúde do concelho de Viseu,
Portugal. Utilizaram-se os testes Qui-quadrado ou teste Exacto de Fisher para testar associações entre variáveis, assumindo-se significado
estatístico quando p<0,05.
RESULTADOS:
Um total de 113 médicos completou o inquérito, sendo 74% do gênero feminino, com uma mediana de anos de prática de 12
anos (intervalo interquartil 5-30, mínimo 2 anos, máximo 38 anos). O grupo de Pediatria tinha mais formação em Medicina do Adolescente
(57%) do que o grupo de Medicina Geral e Familiar (25%) (p=0,007). Mais médicos com formação específica em Medicina do Adolescente
consideravam-se preparados para a entrevista ao adolescente (51%, vs. 28% dos que não tinham formação específica, p=0,03). Os médicos
Gerais e de Família orientavam mais os adolescentes sobre consumo de substâncias, contracepção e doenças sexualmente transmissíveis,
enquanto os médicos de Pediatria identificavam mais adolescentes com depressão. A maioria dos médicos avaliou-se como tendo conhecimentos
insuficientes em Medicina do Adolescente, sendo o treino insuficiente a barreira mais frequentemente referida. Cinquenta e sete por cento
dos médicos de Pediatria, 78% dos médicos Gerais e de Família e 84% dos que não tinham formação específica em Medicina do Adolescente,
considerando as duas especialidades, gostariam de aprofundar os seus conhecimentos nessa área.
CONCLUSÕES:
Este estudo permitiu identificar que áreas de conhecimento sobre Medicina do Adolescente estão deficitárias na formação dos
pediatras e dos médicos gerais e de família. A maioria dos médicos, principalmente os que não tiveram formação em Medicina do Adolescente,
mostraram-se interessados em preencher essa lacuna.
AIMS:
To characterize the way in which General and Family physicians and Pediatricians consider approaching adolescents, identify their
qualifications in Adolescent Medicine, ascertain which topics of this specialty these physicians would like to see addressed in future training,
and to compare the perceptions of physicians of both specialties with respect to their experience in adolescent health practice.
METHODS:
Cross-sectional study based on a survey sent by e-mail to 241 physicians in the area of influence of a level II hospital, including
specific training interns or experts in Pediatrics and General and Family Medicine from health centers of the municipality of Viseu, Portugal.
Chi-square tests or Fisher's exact test were used to test associations between variables, assuming statistical significance when p<0.05.
RESULTS:
A total of 113 physicians completed the survey, of them 74% female, with a median of 12 years of practice (interquartile range
5-30, minimum 2 years, maximum 38 years). The Pediatrics group had more training in Adolescent Medicine (57%) than the General and
Family Medicine group (25%) (p=0.007). More physicians with specific training in Adolescent Medicine considered themselves prepared
for the adolescent interview (51%, vs. 28% of those who did not have specific training, p=0.03). Family and General practitioners guided
adolescents more about substance use, contraception, and sexually transmitted diseases, while Pediatrics doctors identified more adolescents
with depression. Most physicians rated themselves as having insufficient knowledge in Adolescent Medicine, with insufficient training being
the most frequently referred barrier. Fifty-seven percent of Pediatrics doctors, 78% of General practitioners and 84% of those with no specific
training in Adolescent Medicine, considering the two specialties, would like to deepen their knowledge in this area.
CONCLUSIONS:
This study allowed identifying which areas of knowledge on Adolescent Medicine are deficient in the training of Pediatricians
and General practitioners. Most physicians, especially those with no training in Adolescent Medicine, showed interest in filling this gap.