Rev. bras. pesqui. saúde; 18 (1), 2016
Publication year: 2016
Introdução:
A implantação da Estratégia Saúde da Família
representou uma expressiva ampliação do mercado de trabalho em saúde, trazendo
à cena problemas relacionados à gestão do trabalho. As dificuldades vão desde
o despreparo de trabalhadores de saúde e de gestores, entendendo ambos como
atores da gestão, para agirem dentro da lógica desse novo modelo, passando pelos
vínculos precários de trabalho, pela alta rotatividade de trabalhadores, até pela
fragmentação do processo de trabalho. Objetivo:
discutir a gestão do trabalho na
Estratégia Saúde da Família (ESF), a partir dos sentidos atribuídos pelos gestores
e trabalhadores às políticas nesse campo, bem como de suas implicações para as
equipes de saúde da família. Métodos:
a pesquisa é exploratória, descritiva, de
abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com gestores
e grupos focais com trabalhadores de equipes de saúde da família. Os dados foram
analisados com base na técnica de análise de conteúdo. Resultados:
Observou-se
pouca valorização de iniciativas voltadas para a melhoria de relações, condições e
processos de trabalho das equipes, necessárias para o aprimoramento do processo
de produção de saúde na ESF, em Linhares. Conclusão:
Considerando o caráter
estratégico do campo da gestão do trabalho e da educação para o favorecimento de
um maior protagonismo desses trabalhadores na consolidação da ESF, verificamos
que essa valorização ainda se encontra mais no plano do discurso e não se reflete
na agenda política municipal, enquanto ações capazes de provocar mudanças
paradigmáticas no processo de produção de saúde, de modo a romper com o
modelo assistencial tradicional.(AU)
Introduction:
The implementation of the Family Health
Strategy represents a significant expansion
of the health labor market, bringing into
play issues related to labor management.
Obstacles range from the unprepared health
workers and managers to act within the
logic of this new health model through the
precarious work relations, high employee
turnover, to the fragmentation of the work
process. Objective:
To discuss labor
management in the Family Health Strategy
Program (ESF), from the meanings assigned
by managers and workers to the policies
in this field, as well as the implications for
family health teams. Methods:
This is an
exploratory, descriptive, qualitative study.
Semi-structured interviews were conducted
with managers and focus groups were carried
out with workers of the family health
teams. Data analysis was performed using
the content analysis technique. Results:
The initiatives aimed at improving working
relations, conditions and processes of teams
were undervalued, and these are critical
to improve health delivery at ESF in
Linhares. Conclusion:
The strategic role
of the labor management on strengthening
the role of these workers in the consolidation
of the ESF was generally acknowledged
in the discourse of health professionals;
however, this has yet to be reflected on
municipal policy, in order to encourage
paradigmatic changes in health delivery,
and as such, overcome a traditional and
ineffective health care model(AU)