Publication year: 2015
INTRODUÇÃO:
A presente investigação traça o percurso teórico alicerçado na Psicologia Social do Trabalho, a qual dialoga com a Ergonomia, sabido que a prática em relacionar a Ergonomia com a Psicologia não é nova e se remete a sua constituição quanto uma disciplina científica do trabalho, já que em sua proposição estavam psicólogos e essa prática se perdura até os dias de hoje, esses em sua maioria buscam analisar em seus estudos as condições de trabalho. A nomenclatura condições de trabalho ganhou seu espaço em averiguações na área da psicologia e sociologia, contudo, pode ser vista também em outras áreas como nas engenharias e na administração. Sendo assim, a empregabilidade conceitual ganha amplitude em discussões e investigações. Sobre as condições de trabalho, é pertinente elucidar que a Ergonomia aponta as atividades repetitivas, os trabalhos detentores de força, problemas ligados à organização do trabalho, quanto ao local propriamente físico, como um fio potencializador no surgimento de transtornos psíquicos ligados ao trabalhador, e como consequência é acarretado prejuízos à organização como faltas, rotatividade e de ligamento. OBJETIVO:
Diante do que foi discorrido, o estudo em questão toma como objetivo avaliar o contexto de trabalho dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Fortaleza, com ênfase especial sobre a organização do trabalho, condições de trabalho e relações socioprofissionais. MATERIAL E MÉTODOS:
Utilizou-se a metodologia da pesquisa descritivo-exploratória, de cunho quantitativo numa amostra composta por 247 profissionais do SAMU, tais como: enfermeiros, médicos, condutores-socorristas, pessoal do administrativo, estagiários e o pessoal do apoio. O SAMU de Fortaleza conta com 470 profissionais ativos. Aplicou-se como instrumento a Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho (EACT) do tipo Likert de 5 pontos, que se referem à frequência de ocorrência de determinados acontecimentos, em que o valor 1 indica nunca, 2: raramente, 3: às vezes, 4: frequentemente e 5: sempre. Tal instrumento é composto por três fatores:
organização do trabalho (Retrata a divisão e conteúdo das tarefas, normas, controles e ritmos de trabalho), condições de trabalho (Retrata a qualidade do ambiente físico, posto de trabalho, equipamentos e material disponibilizados para a execução do trabalho) e relações socioprofissionais (Retrata os modos de gestão do trabalho, comunicação e interação profissional). RESULTADOS:
Os níveis de avaliação da EACT são como: Nível acima de 3,7: Avaliação mais negativa, grave; entre 2,3 e 3,69: Avaliação mais moderada, crítico; e abaixo de 2,29: Avaliação mais positiva, satisfatório. Posteriormente, os dados coletados foram depositados no Programa SPSS e realizadas as análises descritivas, tais como médias, desvios padrão, mínimo e máximo. Salienta-se que o projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética da UNIFOR e recebeu parecer favorável para sua realização. Como resultado, foi verificado que o contexto de trabalho apresentou-se de modo moderado-crítico, sendo que dos fatores, separadamente, as Condições de Trabalho obtiveram escores mais altos, seguidos pelos fatores Organização do Trabalho e Relações Sócioprofissionais. CONCLUSÃO:
Concluiu-se, portanto, que o contexto de trabalho em que os profissionais do SAMU realizam suas atividades carece de intervenção, principalmente, nas condições de trabalho, fazendo-se necessária a atuação dos gestores e sindicalistas responsáveis pelo SAMU, a fim de sanar a situação desfavorável observada.