Your browser doesn't support javascript.
loading
Tratamento de hipersexualidade em pessoas com deficiência intelectual: uso da finasterida / Treatment of hypersexuality in people with intellectual disabilities: use of finasteride / Tratamiento de hipersexualidad en personas con discapacidad intelectual: utilización de la finasterida
Belo Horizonte; CCATES; 2016. tab.
Non-conventional in Portuguese | BRISA/RedTESA, BRISA/RedTESA | ID: biblio-876638
Responsible library: BR1.1
RESUMO
SITUAÇÃO/ PROBLEMA Trata-se da solicitação de esclarecimentos sobre a utilização de finasterida para o controle de comportamentos sexuais inadequados em indivíduos portadores de deficiência intelectual, indicação não constante em bula. A avaliação e compreensão do mecanismo de ação e das evidências sobre as indicações de uso do medicamento finasterida possibilita um melhor entendimento sobre sua aplicabilidade e relevância de seu fornecimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para esses casos.

MÉTODOS:

Para a produção dessa Nota Técnica foram realizadas buscas na base de dados PUBMED, em dezembro de 2015 e janeiro de 2016. Também foi realizada busca nas agências reguladoras Food and Drug Administration (FDA) e European Medicines Agency (EMA), além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para a verificação das indicações terapêuticas registradas para a finasterida. Por fim, consultaram-se livros especializados e bulas dos medicamentos e realizou-se busca manual para complemento das informações. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO O tratamento farmacológico pode ser dividido em duas categorias a intervenção direta hormonal, que tenta reduzir os efeitos de hormônios sexuais, no caso a testosterona e a di-hidrotestosterona, e a intervenção indireta, que busca reduzir a agressividade, a impulsividade e os transtornos psiquiátricos, como depressão maior ou transtorno bipolar, que possam influenciar a desinibição sexual. Sajith et al (2008) reforçam que a terapia psicológica ainda permanece como o tratamento de escolha para o comportamento sexual inadequado para pacientes com e sem deficiência intelectual e destaca que a qualidade da base de evidências para a utilização de agentes farmacológicos nestes casos é insuficiente para justificar seu uso rotineiro na prática clínica. Se utilizados, devem ser parte de um tratamento mais abrangente e monitorados continuamente. Além disso, os autores deixam claro que as informações sobre o tratamento do comportamento sexual inadequado em pacientes com deficiência intelectual é muito limitada e que grande parte dos estudos avaliados não identificavam se os pacientes possuíam deficiência intelectual. Nesse contexto, a escolha do tratamento deve considerar as circunstâncias individuais, como a gravidade da deficiência intelectual do indivíduo, a capacidade de compreensão do consentimento informado para o tratamento e de relatar os possíveis efeitos adversos dos medicamentos, a disponibilidade de recursos para monitorar o tratamento, a presença de sintomas psiquiátricos como comorbidades e os riscos apresentados pelo indivíduo para si e para os outros (SAJITH et al, 2008; OZKAN et al, 2008). A testosterona e seu metabólito di-hidrotestosterona, hormônios andrógenos, são fundamentais para o desenvolvimento e manutenção das características sexuais masculinas, na regulação da sexualidade, da agressão, da cognição e da personalidade (SAJITH et al., 2008). A finasterida é um medicamento inibidor específico 5-α-redutase, especialmente a do tipo II, enzima responsável pela conversão da testosterona em diidrotestosterona. CONSIDERAÇÕES FINAIS conclui-se que a finasterida é indicada para o tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna e Alopécia Androgênica, possuindo registro sanitário vigente apenas para essas condições. Considerando o uso investigativo e não constante em bula (off-label), a literatura apresenta como possíveis indicações da finasterida a monoterapia adjuvante após prostatectomia radical no tratamento do câncer de próstata e o hirsutismo feminino. Não foram encontrados estudos que evidenciem a utilização da finasterida para o tratamento comportamento sexual inadequado em indivíduos portadores de deficiência intelectual ou homens em geral. Além de não apresentar respaldo em bula para este uso, a finasterida é contra indicada para o uso em crianças e pode ser inefetiva ou pouco efetiva, tendo em vista a natureza incomum dos efeitos adversos apresentados sobre a sexualidade. O único medicamento com indicação em bula para o tratamento de desvios sexuais (comportamento sexual inapropriado; hipersexualidade) é o acetato de ciproterona, que pode apresentar efeitos adversos graves e comuns como a hepatotoxicidade. Ressalta-se que a terapia psicológica ainda permanece como o tratamento de escolha para o comportamento sexual inadequado em pacientes com deficiência intelectual. As evidências para a utilização de agentes farmacológicos nestes casos são limitadas e insuficientes para justificar seu uso rotineiro na prática clínica. O uso de terapia farmacológica deve ser parte de um tratamento mais abrangente, com necessidade de monitoramento contínuo.(AU)
Subject(s)
Full text: Available Collection: Tematic databases Database: BRISA/RedTESA Main topic: Sexual Behavior / Finasteride / Intellectual Disability Type of study: Evaluation study / Practice guideline / Health technology assessment / Prognostic study Aspects: Patient-preference Demographic groups: Humans Language: Portuguese Institution: Centro Colaborador do sus: Avaliação de Tecnologias e Excelência em Saúde - CCATES Year: 2016 Document type: Non-conventional

Similar

MEDLINE

...
LILACS

LIS

Full text: Available Collection: Tematic databases Database: BRISA/RedTESA Main topic: Sexual Behavior / Finasteride / Intellectual Disability Type of study: Evaluation study / Practice guideline / Health technology assessment / Prognostic study Aspects: Patient-preference Demographic groups: Humans Language: Portuguese Institution: Centro Colaborador do sus: Avaliação de Tecnologias e Excelência em Saúde - CCATES Year: 2016 Document type: Non-conventional