O papel do médico na equipe saúde da família: inserção, conflitos e atuação

; (), 2008
Publication year: 2008

INTRODUÇÃO:

Diversos autores têm evidenciado a importância que o médico assume nas sociedades ocidentais modernas. Uma profissão que lentamente foi se projetando e assumindo um lugar de destaque, sendo que já a partir do século XVIII passou a ser a base oficial de qualquer explicação objetiva sobre o corpo humano. A medicina passou ser a base oficial de qualquer explicação objetiva sobre o corpo humano, sendo o hospital o aparelho de examinar, onde os médicos analisam regular e continuamente seus pacientes, colocando-os em “situação de exame quase perpétuo”. Os médicos então passam a ocupar posições de destaque e poder na sociedade e começam a considerar relevante a relação entre o meio social, os comportamentos e as doenças. Dentro desse contexto de ascensão da medicina científica, a busca por neutralidade significou a não priorização da subjetividade do paciente. Por outro lado, o Programa de Saúde da Família (PSF) - que surge no Ceará em 1994 sendo depois adotado para todo o Brasil pelo Ministério da Saúde (MS) – procura repensar o modelo de atenção básica à saúde, enfatizando a família e seu contexto social. A base do PSF é o trabalho em equipe e se organiza ao redor da família, o foco não é mais tratar o indivíduo de forma isolada, mas em seu meio social e familiar. Esse novo modelo objetiva retirar os profissionais dos hospitais e os inserir no seio da comunidade. Assim, estudos sobre o trabalho médico no PSF se tornam necessário para compreender as dificuldades enfrentadas por esses atores, que sempre estiveram mais focados no trabalho hospitalar, e ajudar na construção de uma ação de interação entre os diversos trabalhadores do sistema de saúde e entre esses e os usuários.

OBJETIVO:

A proposta deste projeto é analisar a inserção do profissional médico no Programa Saúde da Família (PSF), implantado pelo Ministério da Saúde em 1994, no estado do Ceará.

MATERIAL E MÉTODO:

A abordagem da pesquisa é qualitativa, com uso da metodologia da História Oral. A história oral, na sua forma mais elementar, acrescenta à infinidade de fontes, das quais o historiador pode valer-se, também aquelas que são chamadas testemunhas transmitidas oralmente por parte dos protagonistas ou participantes dos eventos. A proposta deste projeto é realizar 35 entrevistas gravadas com uma média de cinco médicos em cada município selecionado, sendo dois municípios por macrorregião. Em Fortaleza, serão realizadas 10 entrevistas